terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Carnaval em Madrid. Primeiro e último.


Europeu nao sabe fazer carnaval. FATO.

Por falta opçao (provocada pela minha crise financeira atual), tive que ficar em Madrid nesses dias de carnaval mesmo sabendo que nao ia ter muito o que fazer.

A cidade nao tem tradiçao nessa festa e a programaçao já anunciava que a coisa nao ia fugir muito do protocolar que marca qualquer manifestaçao de rua por aqui.


Aliás, eu até hoje nao entendo porque a prefeitura da cidade promove festas populares se, ao mesmo tempo, determina que tudo seja feito na correria pra poder limpar as ruas e liberar o trânsito o mais rápido possível.

Foi assim no VivAmérica (que só se extendeu mais porque além de uma Daniela incansável puxar um dos trios, havia uma quantidade enorme de brasileiros acompanhando o percurso). E foi assim no carnaval também.



A abertura, na sexta, nao passou de uma pequena bandinha que percorreu as ruas do centro em menos de 1 hora, propagandeando o sonho olímpico de Madrid sediar os Jogos de 2016 (e eu torcendo fervorosamente pela candidatura do Rio... haha).


E, no sábado, o desfile do Parque del Retiro a Praza Colón conseguiu ser ainda mais desanimado: um monte de gente parada e desanimada assistindo a pequenos grupos fantasiados e algumas alegorias mais pra halloween que pra carnaval. Tudo passando muito rápido e com os caminhoes de lilmpeza já no local, praticamente expulsando as pessoas. Realmente deprimente...

Fora isso, festas pagas em casas noturnas, bares decorados pra data e muita gente fantasiada nas ruas - coisa que nao faz o menor sentido, na minha opiniao, já que a cidade em nenhum momento entra no ritmo da festa. Fica parecendo um bando de loucos disfarçados.

Eu soube pelo Orkut que um grupo de brasileiros vinculado a um bar estava organizando um mini-bloco pra tentar animar o negócio. Mas a falta de apoio da prefeitura esse ano e a escassez de recursos transformou a idéia em uma concentraçao de gente empolgada pra festa mas com pouco potencial musical pra animar a coisa de verdade.

Foi melhor que nada, mas nao deixou de ser decepcionante. A parte mais divertida era ver como algumas pessoas na rua começavam a dançar com a percussao e como muitos resolviam aderiar à muvuca só pra fugir um pouco da monotonia da "festa" oficial.

Pra completar, nao consegui encontrar os ecanos e a cobertura do celular nao ajudou nem um pouco.

Outra opçao era ir na festa que o Attila promoveu no ap dele, mas nao teria sentido nenhum ir e nao beber e nem comer nada. E eu acho muito incoveniente nao levar nenhuma bebida e ficar enchendo a cara às custas dos outros.

No fim, desanimado e sem poder gastar, fiz a única coisa possível: voltei pra casa de metrô e lá fiquei, acompanhado de um bom livro e da péssima programaçao televisiva espanhola.

E da certeza de que carnaval de verdade, só no Brasil mesmo.

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