sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

¡Joy!



A Joy é uma das discotecas mais conhecidas de Madrid. Todos os anos é eleita uma das melhores da cidade pelos guias de entretenimento - e também é indicada sempre como uma boa atraçao noturna nos guias turísticos, inclusive o que comprei antes de vir pra cá.

Por incrível que pareça, apesar de tao popular, eu nunca tinha ido. Até ontem.

O problema é que em geral a entrada é paga e nao costuma ser muito barato (entre 10 e 20 euros). E os meus amigos estrangeiros aqui nao sao muito de sair pra discotecas (como bons europeus, eles nao sabem dançar e nem sao tao fas disso).

Mas ontem, depois do La Pasión com os ecanos e agredados do mundo, aproveitamos o convênvio entre a ESN e a disco pra entrar de graça e curtir a noite toda.

Na verdade, mesmo sem a carteirinha dá pra entrar antes da 1:30 sem pagar. Basta estar bem vestido e em grupo, e pegar os flyers numa das ruas próximas ao local.

Por dentro, uma pista grande lotada, um ambiente de teatro luxuoso e gente jovem do mundo todo. A noite é super animada, com músicas dancing dos anos 70 e 80. E foi divertido pra caramba causar até as 6 da manha com o pessoal.

Um fato engraçado é que ontem era a noite de Carnaval da Joy. E às 3 da manha, eis que a performance do dia era um grupo de percussionistas a la Escola de Samba, com umas mulatas semi-nuas sambando no palco. E viva o estereótipo do Carnaval brasileiro.

Pelo menos deu pra rir muito da gringaiada tentando dançar e ainda ensaiar um passos bem brasileiros.

Saímos todos mortos de cansaço, quase às 6 da manha, quando a música acabou e o metrô já tinha aberto de novo.

E com certeza eu vou voltar mais vezes.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Quinta & Breja madrileña


Quinta & Breja, pra quem nao sabe, é o nome do "evento" que a Atlética e o Centro Acadêmico da ECA promovem todas as quintas-feiras na faculdade. Cerveja gelada e relativamente barata, músicas aleatórias e um monte de gente que vai pra beber e, principalmente, pra trocar idéia, conhecer pessoas e fazer amigos.

Desde que cheguei a Madrid, descobri que alguns bares oferecem cerveja gratuita, por algumas horas, todas as quintas, para os estudantes estrangeiros.

Pra beber só precisa ter uma carteirinha de Erasmus, que é um programa de intercâmbio acadêmico entre universidades européias. A carteirinha é confeccionada pela ESN (Erasmus Student Networking), que é uma associaçao de alunos dedicada a promover uma melhor integraçao entre os estudantes de fora do país (resumindo: festas, viagens e curtiçao).

Custou 5 euros e é possível fazer independente de ser efetivamente um erasmus ou nao: o programa é tao conhecido entre os europeus que a definiçao "eramus" se estendeu a qualquer estudante estrangeiro.

E daí que tem um bar, chamado La Pasión, que fica no centro da cidade e que se transformou num ponto de encontro dos ecanos aqui: eu, o Silvio, a Bruna, o Rodolfo, o Duc e qualquer outro ecanos que esteja por Madrid, sempre estao presentes.

E com a chegada da Mari e da Talita, mais duas ecanas, só tá faltando colocarem um cd do Jorge Ben e umas músicas do Balao Mágico preu me sentir na ECA de novo.

O melhor, além de poder beber sem pagar e com rostos conhecidos, é poder conhecer um monte de gente dos mais variados países toda semana. E é por isso que a quinta-feira é um dos meus dias preferidos da semana. =)

* A foto do post é de uma Q&B aleatória que roubei do site da Atlética.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Carnaval em Madrid. Primeiro e último.


Europeu nao sabe fazer carnaval. FATO.

Por falta opçao (provocada pela minha crise financeira atual), tive que ficar em Madrid nesses dias de carnaval mesmo sabendo que nao ia ter muito o que fazer.

A cidade nao tem tradiçao nessa festa e a programaçao já anunciava que a coisa nao ia fugir muito do protocolar que marca qualquer manifestaçao de rua por aqui.


Aliás, eu até hoje nao entendo porque a prefeitura da cidade promove festas populares se, ao mesmo tempo, determina que tudo seja feito na correria pra poder limpar as ruas e liberar o trânsito o mais rápido possível.

Foi assim no VivAmérica (que só se extendeu mais porque além de uma Daniela incansável puxar um dos trios, havia uma quantidade enorme de brasileiros acompanhando o percurso). E foi assim no carnaval também.



A abertura, na sexta, nao passou de uma pequena bandinha que percorreu as ruas do centro em menos de 1 hora, propagandeando o sonho olímpico de Madrid sediar os Jogos de 2016 (e eu torcendo fervorosamente pela candidatura do Rio... haha).


E, no sábado, o desfile do Parque del Retiro a Praza Colón conseguiu ser ainda mais desanimado: um monte de gente parada e desanimada assistindo a pequenos grupos fantasiados e algumas alegorias mais pra halloween que pra carnaval. Tudo passando muito rápido e com os caminhoes de lilmpeza já no local, praticamente expulsando as pessoas. Realmente deprimente...

Fora isso, festas pagas em casas noturnas, bares decorados pra data e muita gente fantasiada nas ruas - coisa que nao faz o menor sentido, na minha opiniao, já que a cidade em nenhum momento entra no ritmo da festa. Fica parecendo um bando de loucos disfarçados.

Eu soube pelo Orkut que um grupo de brasileiros vinculado a um bar estava organizando um mini-bloco pra tentar animar o negócio. Mas a falta de apoio da prefeitura esse ano e a escassez de recursos transformou a idéia em uma concentraçao de gente empolgada pra festa mas com pouco potencial musical pra animar a coisa de verdade.

Foi melhor que nada, mas nao deixou de ser decepcionante. A parte mais divertida era ver como algumas pessoas na rua começavam a dançar com a percussao e como muitos resolviam aderiar à muvuca só pra fugir um pouco da monotonia da "festa" oficial.

Pra completar, nao consegui encontrar os ecanos e a cobertura do celular nao ajudou nem um pouco.

Outra opçao era ir na festa que o Attila promoveu no ap dele, mas nao teria sentido nenhum ir e nao beber e nem comer nada. E eu acho muito incoveniente nao levar nenhuma bebida e ficar enchendo a cara às custas dos outros.

No fim, desanimado e sem poder gastar, fiz a única coisa possível: voltei pra casa de metrô e lá fiquei, acompanhado de um bom livro e da péssima programaçao televisiva espanhola.

E da certeza de que carnaval de verdade, só no Brasil mesmo.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

¿Sí?


Outro dia eu li numa reportagem que mais da metade dos espanhóis atende o telefone com um simples "Sim?".

Acabei aderindo à expressao e nas poucas vezes que recebo ligaçoes aqui sempre a utilizo. Além de ser curta e fácil, acho melhor que usar "Díme" (Diga!), que soa muito imperativo, e "Hola", que é uma expressao mais presencial.

Na foto acima está o meu "novo" celular. Comprei ainda em Setembro de 2008, na semana em que cheguei a Madrid, quando descobri que era inviável (inclusive financeiramente) ligar pros apartamentos com quartos disponíveis de um telefone público.

Saiu mais caro que os modelos super baratos que eles têm por aqui, mas a vantagem é que esse é desbloqueado e poderei levar o aparelho de volta comigo pro Brasil - e colocar o chip de qualquer operadora pra seguir usando enquanto funcionar bem.

E pra quem nao tem uma residência oficial, o celular é a melhor forma de garantir a comunicaçao - podem me encontrar e chamar pra sair ou resolver coisas da facul a qualquer hora e em qualquer lugar.

Se depois desses quase 5 meses de intercâmbio alguém quiser matar a saudade, aproveitar uma promoçao da Intelig ou da Embratel e dar um alô, eu ficarei muito feliz. =)

Aqui vai o número (incluindo o código de discagem internacional e o da Espanha):

(00 xx 34) 6939 10 384

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Segura o Tchan!


A minha saga à procura de emprego continua. Além de dar uma olhada na internet sempre que tenho acesso e enviar currículos por e-mail pras mais variadas oportunidades, a minha principal açao aqui é ir de bar em bar e deixar um currículo impresso em cada um que nao seja negócio de família.

Quando é possível, falo com a pessoa responsável pra tentar ganhar mais confiança.

Ontem, em mais uma dessas caminhadas de começo de noite, um fato engraçado.

Entrei em um bar e reconheci na hora: estava tocando música brasileira.

Mas nao era qualquer uma: era a Dança do Poe-Poe, do É o Tchan!

Tive vontade de rir, mas me controlei e fui falar com o responsável. Era o próprio dono, que disse que tinha acabado de abrir e tinha um monte de currículos pra analisar.

Aí eu resolvi arriscar e nao aguentei. Soltei um: "...mas só eu saberia dizer que essa música é brasileira... e nao é nada boa".

O resto foi ele me perguntar se eu era brasileiro e eu confirmar. E aí perguntei quem tinha indicado a música pra ele e ouvi um "ah, eu procurei por música brasileira na internet e fui baixando sem me preocupar muito".

No fim, eu disse que se ele me contratar eu posso indicar músicas melhores e que além de garçom poderia ser DJ.

Só nao sei se no final o fato da música ser brasileira ajudou ou nao. Depois com calma pensei que pode ter soado meio arrogante, afinal se o cara tava ouvindo é porque do ritmo ao menos ele gosta.
Mas por outro lado, nao deixou de ser simpático e verdadeiro esclarecer pra um nao-entendido que aquilo que tava tocando nao era algo de qualidade dentro do universo da música brasileira.
É esperar pra ver...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Gargalhadas e muito trabalho

Lembram do meu grupo de amigos espanhóis de uma das matérias da facul?
Hoje o post é pra apresentá-los melhor.

Em janeiro tivemos que nos juntar pra fazer um dos trabalhos de Narrativa Hipermedia. Como a professora havía pedido um trabalho com Storyboard, nos reunimos para fazer as fotos, ver o que ainda tava faltando fazer e decidir algumas coisas ainda abertas.

Elena gentilmente abriu as portas da sua república e preparou um mega almoço super gostoso pra nos receber.



E, depois de uma tarde/noite super cansativa com sessao de fotos, acidentes com os equipamentos, improvisos nos acessórios e várias gargalhadas, terminamos quase tudo. Obviamente ficou faltando uma parte, feita em cima da hora e quase perdendo o prazo de entrega (pra provar que nao é só no Brasil que os alunos fazem tudo "nas coxas").



Disso, restou uma boa impressao do trabalho causado na professora durante a apresentaçao e a amizade extra-classe que espero levar pelos próximos meses na cidade. E, claro, pra quando eles quiserem me fazer uma visita no Brasil.
Na primeira foto, comigo, da esquerda pra direita: Martín, Ricardo, Elena e Cynthia.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

¡Que aproveche!


Assim se deseja uma boa refeiçao em espanhol.

É bem comum aqui que as pessoas falem isso sempre que te vêem comendo. Pelo menos as que até agora eu conheci sempre têm o costume de falar.

E eu muitas vezes nao me lembro de retribuir a gentileza, já que no Brasil nao costumava dizer algo similar em todas as ocasioes - apenas em alguns poucos eventos alimentícios.

Agora que você já sabem o protocolo, podem me desejar um bom almoço: nao só tou dominando melhor os instrumentos da cozinha, como agora - com o tempo livre proporcionado pelo fim das aulas - tenho me arriscado a variar um pouco a dieta dentro do possível.

Os ingredientes base seguem os mesmos, mas pelo menos de vez em quando já consigo mudar o modo de preparo e conseguir bons pratos.

Na foto, o meu almoço do fim de semana: macarrao com molho de mostarda e curry, e salsichas com batatas fritas.
E sim, ficou muito gostoso! =)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Madrid 10K


Conhecem a Nike 10K? Pra quem nao sabe é uma corrida de rua de 10Km promovida pela Nike anualmente em várias cidades do mundo.

Em Sao Paulo, inclusive. O final do percurso costuma ser na Cidade Universitária da USP.

Pois bem. Eis que esse mês fiz as contas e vi que comprar o abono transportes nao valeria a pena, porque além do mês ter só 28 dias, eu só tinha que vir pra facul obrigatoriamente nos 4 dias de prova e mais algumas vezes pra resolver papelada burocrática, estudar e terminar um trabalho prático.

No fim das contas, acabo vindo também porque é minha única forma de acessar internet sem pagar - e sai mais barato que ir a uma lan house.

A questao é que, sem o abono, dá pra sentir no bolso o custo de cada viagem: com os reajustes de janeiro, o múltiplo de 10 agora custa 7,40 e, portanto, a passagem do metrô ou do ônibus sai por 0,74 euros.

E como eu ainda nao tenho um trabalho que me garanta financeiramente nos meses a mais que vou ficar, o jeito é economizar em tudo - em tudo mesmo.

Considerando que nao dá pra cortar gastos em absolutamente nada mais, o jeito foi deixar a preguiça de lado. Resolvi seguir os conselhos de Caetano e caminhar contra o vento, sem lenço e com documento.

Sempre que tenho que ir da facul ao centro vou a pé. E nem reclamo, porque andar pela cidade é bem agradável, é relativamente perto (30 minutos) e o frio já nao é tao intenso (as temperaturas estao entre 7 e 12 graus ultimamente).

O problema é voltar da UCM pra casa...

Da Complutense até minha rua, segundo o Google Maps, sao 9,3 Km. Como é impossível percorrer exatamente o percuso que eles sugerem, acabo tendo que andar um pouco mais e o trajeto bate perto dos 10Km.

Já voltei duas vezes a pé e hoje será a terceira.

E com isso, além de estudos, cultura, viagens, festas e amigos, meu intercâmbio acaba de me proporcionar pernas mais grossas e uma verdadeira maratona pelas ruas madrileñas.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Brasil x Itália


Terça a Bruna e o Silvio me chamaram pra ir ver o jogo do Brasil num bar no centro de Madrid.
Como eu tava estudando pra última prova, que seria no dia seguinte, acabei ficando em casa. Por acaso, comentei com a Sarah, uma das meninas que mora no ap, que estava rolando o jogo e que eu nao poderia assistir.

Rá! Ela me disse na hora que um canal estava transmitindo e, ao ligar a TV, lá estava o jogo!

Apesar de só ter começado a ver a partir dos 30 minutos do primeiro tempo (ou seja, depois dos dois únicos gols da partida), valeu a pena pra matar um pouco a saudade.

Só lamentei nao ter ido ao bar porque, além da farra brasileira junto com vários ecanos (o Du e o Rodolfo sao outros ecanos que formam o ap com eles e também estavam presentes), eu perdi a chance de zuar os estudantes italianos que sao amigos desses ecanos - com quem a cada dia eu tenho convivido mais por aqui.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Encontros e Despedidas


Sexta foi a despedida de um dos meus amigos daqui: o Eduardo volta pro Brasil na semana que vem. Pra nao deixar passar em branco, fomos a um bar em Argüelles, onde tínhamos ido ainda nos tempos do albergue. E conseguimos reunir toda a turma dos primeiros dias: Hillary, Karine, Rea, Attila, Eduardo, Francsico e eu.



O Eduardo faz parte das pessoas que conheci no Santa Cruz de Marcenado nos primeiros dias, logo quando cheguei, e que se tornaram os amigos mais presentes nesses meus meses aqui até agora.
Viajamos juntos pra Paris e Barcelona, além de estarmos no mesmo grupo que foi pro El Escorial e pra Segóvia. E também no grupo de viagem do fim do ano, rodando a Europa.

No comecinho de março é a vez do Francisco voltar pro Chile.


E lá se vao os meus companheiros de cerveja gratuita todas as quintas, gargalhadas, confusoes e viagens.

Ainda nao me acostumei muito com a idéia de ir "perdendo" os amigos aos poucos, mas a verdade é que faz parte do intercâmbio conhecer um monte de gente que em poucos meses muito provavelmente ficará só na lembrança. E vou ter que me acostumar rápido a me divertir sem as pessoas com quem mais costumava sair aqui.

Em compensaçao, é hora de conhecer gente nova e fazer novos amigos: a galera que vem pra esse semestre já começou a chegar de todas as partes do mundo.

E, além do mais, muitos dos amigos "antigos" ficam por aqui até o meio do ano, junto com tantos outros que foram agregados pelo caminho.

A vida continua. E, por enquanto, ainda dublada em espanhol.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Año nuevo, casa nueva


Além de um emprego, eu resolvi que se fosse pra continuar em Madrid eu precisaria me mudar.

Em primeiro lugar porque o lugar onde eu morava estava caro demais pra qualidade do local e pra localizaçao e eu queria economizar. Em segundo, porque eu já estava de saco cheio de ter que viver praticamente o tempo todo trancado no quarto, porque o casal de peruanos que alugava os quartos vivia na sala vendo TV e nem eu e nem o Duc podíamos aproveitar os outros ambientes da casa - já que a cozinha mal cabia uma pessoa. Além do mais, pagava nas despesas incluídas TV a cabo, que só tinha na sala e eu obviamente nao usava, e internet, sem sequer ter computador.

Falei com colegas da facul, dei uma olhada em alguns anúncios na internet e cheguei a visitar alguns pisos. Os problemas de sempre: muito caros ou muito ruins. Ou, queriam gente pra ficar mais tempo que eu.


No fim, na semana em que eu teria de sair do quarto - junto com o fim do mês e do período já pago -, eu soube de um quarto 30 euros mais barato na casa de umas estudantes, nao muito longe de onde estava vivendo.

Uma das estudantes é colega da Cynthia, do Ricardo e do Martín, que sao amigos de uma das matérias que eu fiz e que pra eles era optativa.

Fui ver a casa num dia e no dia seguinte dei a resposta, depois de pedir conselho a meu pai pra saber o que fazer. O Duc, meu antigo companheiro de ap belga, me ajudou na mudança.

Na nova casa moram essas 3 estudantes - Maria Victoria, Sarah e Maria Angeles. E agora, eu. Elas sao super simpáticas, apesar de nao termos convivido muito porque as duas marias trabalham e eu tenho ficado bastante tempo estudando no quarto ou na facul.

O quarto é minúsculo, menor que o anterior. E nao tem janela pra rua. Em compensaçao tenho um varandinha anexa que no verao será muito agradável. E outra vantagem é espaço pra guardar tudo em uma mega estante e mais um armário embutido.



Além disso, a casa é excelente. A sala é gigantesca, a cozinha é enorme e muito melhor equipada, e ainda tem uma mega varanda na sala e um comprido corredor. O banheiro é pequeno também, mas as torneiras (assim como as da cozinha) permitem uma melhor regulagem da temperatura da água, o que proporciona banhos quentes na medida do agradável e evita que tenha que lavar as maos com água gelada ou quase fervendo como acontecia antes.

Outra vantagem é que a calefaçao esquenta de verdade. Chega de manhas geladas ao sair do quarto (e às vezes dentro dele ambém). Tenho mais espaço nos armários pra colocar minha comida e nao preciso deixar nada no quarto. E o forno agora funciona, o que permite variar o cardápio sempre que der vontade.

É tudo mais novo e mais limpo.




Uma desvantagem é estar mais longe do metrô. Mas sao menos de 10 minutos a pé, super tranquilo. E nos meses em que compro o abono transportes, posso pegar um ônibus que deixa do metrô na porta de casa e vice versa.

A vista da rua (da varanda da sala e da varandinha) estao nos vídeos que fiz da neve. O meu quarto, o corredor, a cozinha e a sala sao essas fotos que ilustram o post atual.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Brasil? Agora nao.


A maioria das pessoas já souberam através de e-mail ou orkut, mas vou deixar registrado aqui pois me poupa o trabalho de ficar repetindo. E também porque faz parte do que eu pensei pro blog registrar o meu dia a dia aqui.

Tá decidido: eu nao volto pro Brasil em março.

Foi uma decisao consciente, que comecei a avaliar já há muitos meses, praticamente desde quando cheguei e vi o quanto era agradável viver aqui. Pesei todos os fatores, as dificuldades, as vantagens e as possibilidades.

O que mais pesava contra era a grana, claro. Afinal nao é nada fácil pagar aluguel, transporte e comida, em euro, tendo guardado o dinheiro em reais.

Mas numa cidade com tanta vida noturna - e tantos imigrantes ilegais trabalhando - eu resolvi apostar que no final conseguiria alguma coisa pra pelo menos me manter durante esses meses. E, na melhor das hipótesis, ganhar dinheiro suficiente pra viajar mais um pouco e comprar algumas coisas que valem a pena.

A favor, o fato de continuar vivendo na europa (o que é muito bom), a vontade de aproveitar o verao espanhol (já que só vi frio desde que cheguei), a possibilidade de viajar pras cidades que quero conhecer mas que ainda nao pude ir (Roma, Veneza, Amsterda e Londres, entre outras) e a vantagem de continuar aperfeiçoando o espanhol (que ainda tem muito que melhorar apesar de muita gente dizer que eu tou falando super bem pra quem chegou há 4 meses).

Enfim, acho que vai valer a pena ralar um pouco e aguentar a saudade por mais alguns meses. É uma nova experiência - novos grupos sociais, novos lugares de rotina e novas descobertas.

Só nao defini ainda a data de volta. Preciso pensar mais um pouco e esperar pra ver como as coisas vao sair nas próximas semanas antes de mudar a data da passagem.

Pra me adequar melhor, mudei de ap pra um sensivelmente mais barato. E, como ficou claro num post anterior, comecei a procurar trabalho - e parece que pelo menos algum dinheiro vai dar pra conseguir, mesmo que nao seja nada muito garantido.

A burocracia e os gastos desanimam um pouco, mas nada que tire o brilho nos olhos de pensar em tudo fantástico que, com toda certeza, em breve eu vou poder conhecer.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

¡Nieve!


O inverno desse ano é o mais frio de Madrid nos últimos 20 ou 30 anos. Pelo menos é isso que se comenta nos jornais e pelas ruas da cidade.

Azar o meu, mero estudante acostumado com temperaturas tropicais e calor de rachar o bico.

Mas, como tudo na vida, tem um lado bom: a neve! Desde que cheguei, já nevou 4 vezes na cidade, sendo que há muitos anos em que nem sequer neva. E como todo estrangeiro nao acostumado com isso, eu sempre fico encantado.

A verdade é a neve é a única coisa legal do frio. Entao, já que é pra congelar, que seja dentro do estereótipo europeu.

No primeiro dia, nem cheguei a ver. Foi rápido, pouco e a neve logo derreteu. E como eu estava na facul, passei batido.

A segunda nevada foi a melhor de todas. Abri a cortina de manha e vi a rua coberta de branco, com muitos flocos caindo. Pensei: ah, neve eu já vi em Berlim! Deixei a máquina em casa e vim pra facul. Se eu soubesse que ia nevar o dia inteiro e que a cidade ficaria completamente coberta de branco - como eu jamais vi acontecer antes - teria voltado pra pegar a máquina e registrar tudo isso. A neve se acumulou nas árvores, nas ruas...Madrid inteira parecia um sorvete. Foi lindo!

A terceira foi há alguns dias. Entre uma aula e outra, cruzei o hall de entrada da facul e vi que mais uma vez nevava.

Dali mesmo tirei as duas fotos pra registrar, e fui feliz encarar mais duas horas de estudos.

Pra minha surpresa, eis que ontem, depois de uma subida considerável da temperatura na semana passada - que me fez achar que o inverno tinha ido embora de vez - mais uma vez nevou. Como eu tava em casa estudando, filmei e fotografei tudo.

Nevou por quase 1h. Pena que em seguida choveu, porque com isso o gelo derreteu e voltou tudo "ao normal".

Mas agora já tenho os devidos registros.

E vocês podem aproveitar pra conhecer a minha nova rua.

...¡y quizás un trabajo de verdad!

Na quinta passada eu sentei com a Bruna pra gente montar nossos currículos made in Spain. Decidimos ir nos bares juntos pra falar com os responsáveis porque fica mais fácil perder a vergonha e um acaba ajudando o outro.

Na sexta, fomos ao bairro La Latina porque é cheio de bares e, segundo a Bruna, é uma área que sempre emprega.

Depois de entrar em alguns e falar com as pessoas responsáveis, chegamos a uma cervejaria numa praça perto do metrô. Apesar de ainda ser inverno, eles já tinham colocado as mesas pra fora e já tinha gente consumindo ali.

Falamos com o chefe e ele foi super simpático e atencioso. Explicou o funcionamento da coisa e foi realista: quando tem movimento, colocam as mesas fora, precisam de gente e chamam pessoal extra. Quando nao tem, obviamente nao chamam ninguém.

Só que ele falou que só precisaria da gente lá pra finais de fevereiro ou março, e nós decidimos continuar a busca até ver se aparece alguma coisa imediata.

No sábado, recebi uma ligaçao do bar umas 5 e meia da tarde, me perguntando se eu poderia ir lá pra dar uma força. "Claro!"

Fui, trabalhei 5h, conheci o funcionamento das coisas, as pessoas do local e saí com meu pagamento (que é de 10 euros/hora, feito ao final do dia de trabalho).

Agora é torcer pra que me chamem de novo. Como acredito que fui bem, tenho esperanças que sim. A idéia inicial deles é chamar só pros fins de semana, já que ainda faz frio. Mas no verao pode ser que se torne algo diário.

Só falta o tempo colaborar e as pessoas resolverem encher a cara todos os dias. =P

Quanto ao trabalho em si, foi tranquilo. Servir mesas é fisicamente cansativo, mas nao tem segredo nenhum. O mais importante é atender os clientes com simpatia e bom humor.

E nao deixar cair a bandeja.