segunda-feira, 2 de março de 2009

Arte brasileño en Madrid


No mês passado inauguraram uma mega exposiçao da Tarsila do Amaral aqui em Madrid, com direito a várias notas nos maiores jornais da cidade.

Por acaso, estava lendo o El País que tem sido distribuído na Complutense todos os dias quando me deparei com a pequena reportagem. Terminei de ler o jornal, arranquei o pedaço da página e guardei, esperando terminar a loucura das provas pra ir lá conferir de perto.

Gratuita, a mostra está na Fundación Juan March, um importante centro cultural da capital espanhola. É um prédio grande, moderno e discreto. As exposiçoes ficam no térreo e no subsolo tem um café (que nem cheguei a conhecer).



Fui no sábado de manha com os amigos ecanos de Madrid: Silvio, Bruna, Mari e Talita.

E todos concordaram com a qualidade da exposiçao: com exceçao do "Abaporu", todos os quadros mais famosos da artista brasileira estao reunidos alí, inclusive "A Negra" e "Operários".




E, além disso, há quadros de outros importantes modernistas como Anita Malfati, trechos de poemas de Mário e Oswald de Andrade, e até exemplares do manifesto Pau-Brasil e do manifesto Antropofágico.

Uma coisa legal foi a preocupaçao em contextualizar tudo, o que os fez trazer mapas, fotos antigas e outras obras anteriores relacionadas de alguma forma com as propostas de Tarsila, além de trechos de entrevistas e escritos da própria pintora.

Foi uma volta às aulas de literatura do terceiro colegial, podendo ver de perto os quadros que só tinha visto em livros, de uma geraçao de artistas que o meu pouco conhecimento de arte me permite eleger como uma das mais ousadas e interessantes. E até pude ler os artigos de capa da primeira ediçao da revista da Antropofagia, já que havia um exemplar bem conservado em uma das mesas de vidro do espaço. Muito legal!

Uma curiosidade: percebi que tinham muitos pais levando os filhos - crianças e adolescentes - pra ver a exposiçao. Tinha uma família, inclusive, em que o pai espanhol manjava de arte e ia explicando e contextualizando tudo pros filhos. É um costume que no Brasil eu nunca notei e que acho super válido.

O mais engraçado é que muitas das obras ali fazem parte de acervos de museus paulistas. Mas como a Tarsila é uma das artistas mais conhecidas - e respeitadas - fora do país, essas obras dificilmente ficam em seus museus de origem.


Sorte a nossa, já que podemos aproveitar a exposiçao mesmo estando a milhares de quilômetros de Sao Paulo.

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