A vida é mesmo uma caixa de surpresas. E, se é verdade que ela dá voltas, mais verdadeiro é o fato de que a hora de estar por baixo é sempre muito pior.
Na semana passada eu tive um dos melhores fins de semana desde que comecei a trabalhar. Consegui cumprir a meta 2 dias na Reina Bruja, e ainda levei gente na quarta (2 pessoas num dia absurdamente vazio) e na sexta (10 pessoas numa noite meia-boca por causa do feriado).
Além do bom resultado numérico, a presença do Jesus, que é o chefe principal dos promoters na entrada durante toda a semana só me ajudou. Ele me viu chegar pra trabalhar todos os dias em plano feriadao, com gente jovem e bonita, no perfil que a discoteca busca, e ainda com bons números. Foi o suficiente pra ganhar moral com a chefia e até mesmo umas bebidas, coisa que eu nunca esperei.
O cúmulo do tudo-dando-certo foi no sábado, quando depois de muitos imprevistos entraram 14 pessoas e a Mariana, uma amiga brasileira que conheci faz pouco tempo, se ofereceu pra sair e entrar de novo, pagando, desde que com isso ela recebesse 2 bebidas (a disco só dá 1). Eu completei a proposta com mais 2 e, pra melhorar, um dos seguranças amigo meu ainda ditou pro tiozinho responsável que eram 2 pessoas, e nao apenas 1.
E claro, o fato do cara arrogante que anota o número de pessoas pela lista nao ter ido nenhum dia ajudou muito no bom humor geral.
Chefes contentes e só sorrisos, 2 dias de meta batida em 1 semana, noite da balada cheia, bombando, e com um monte de pessoas divertidas...foi impossível nao sentir um pouco de "eu posso tudo".
Mas a realidade cobrou caro a ilusao. E nessa semana tudo, absolutamente tudo que poderia dar errado, deu. E nada de meta, em nenhum dia.
Com isso, só um milagre me faria conseguir a grana do mês - que inclusive nao foi paga ainda - na semana que vem. E enquanto a conta bancária diminue perigosamente rumo ao zero, aumenta minha vontade de viajar - e as chances de que isso nao seja possível.
Pra piorar, o tempo está horrível e faz mais de 1 semana que chove todos os dias; fiz uma entrevista frustrada porque nao posso trabalhar 8h/dia legalmente; e a minha vontade de voltar pro Brasil é cada vez menor à medida que se aproxima a data da viagem.
O domingo nao podia ser outro que nao deitado na cama o dia inteiro, entre um bom livro e um sono muito mal dormido.
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